terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Etnocentrismo no Facebook?




Internautas com perfis no Facebook que usam em seus nomes os termos Guarani Kaiowá são obrigados a retira-los com pena de perder seus perfis. Para começar os administradores do facebook alegam que o usuário deve utilizar o seu nome verdadeiro. Entretanto, até onde sei, o facebook não exige o RG ou qualquer documento de identificação legitima do usuário, logo como eles podem afirmar que não possuo em meu nome o Guarani Kaiowá? Seriam os administradores de tal rede portadores de poderes paranormais? Sem falar que vejo milhares de usuários utilizando pseudônimos e sobrenomes com o nome de suas empresas ou profissão e desde o começo do ano a rede social passou a dar "um limpa" em quem utiliza o nome da tribo de índio que exige o direito oficial às suas terras, desafiando os Senhores e Senhoras do Agronegócio.


Eis aqui um depoimento de alguém que como muitos precisou mudar o seu nome para utilizar a "rede social".


"Me sentia feliz e orgulhosa em assinar o nome Vânia Carvalho Guarani Kaiowá Munduruku Awá no Facebook, uma forma de, publicamente, declarar o apoio aos Povos Indígenas, de demonstrar a indignação com o massacre diário que essas populações vem sofrendo. Uma forma de estar junto, de ampliar, além dos nossos "velhos emails", como diz Tania Pacheco, para nossos amigos e parentes que muitas vezes não tem acesso a informação de qualidade sobre a questão indígena no Brasil, bastante camuflada pela mídia. Quantas vezes choramos juntos os assassinatos de lideranças indígenas, envenenamento das fontes de água, jovens acuados e suicidas, mulheres estupradas...Embora estivéssemos isolados em nossas casas e escritórios. Um dia fiz uma pesquisa no Face e vi Guarani-Kaiowá em todas as cidades do Brasil, pequenas, médias e grandes cidades. Fiquei impressionada com o imenso apoio de milhares de pessoas se importando com uma cultura fundamental pra nós nesse momento de perigo concreto por que passa a humanidade pelo afastamento da natureza....temos que descobrir uma forma de juntar novamente essas pessoas pra aumentar nossa esperança pois desde ontem o Facebook está impedindo as pessoas de permanecerem com sobrenomes indígenas, embora aceite nomes como "bolinha", "machão", "fofinha"...


Quem quiser denunciar a retirada compulsória de seus nomes no Face pode mandar email para:denunciaguaranikaiowa@hotmail.com."


Fonte: http://redeanaamazonia.blogspot.com.br/2013/01/sou-vania-carvalho-guarani-kaiowa.html



Ironicamente há alguns tipos de páginas como essa abaixo (por muitos denunciada) que os Administradores alegaram que não há nada que infrinja a Política do Facebook. Quem puder e tiver estômago confira.






 Click nas imagens para visualizar 


Reforçando à informação da Vânia Carvalho Guarani Kaiowá Munduruku Awá quem quiser denunciar
a retirada compulsória de seus nomes no Face pode mandar email para: denunciaguaranikaiowa@hotmail.com.

13 comentários:

  1. Já faz muita falta pra mim você a Katy e o Miguel lá, é nojento esse fabebook, mantenho minha conta lá apenas por preservar o contato com amigos que não são de blogs

    estou enojado com aquilo lá e apoio vocês por deletarem a conta mesmo me fazendo tanta falta!

    Um beijo enorme em você, Lisa!
    E outro na minha amiga Katy e no querido Miguel, são pessoas que eu adoro por demais!

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    1. Oi, Saulo! Confesso que não foi só o fato do nome que me fez ter tal atitude, não gostei de sair pois também tenho contatos que prezo: grupos, revistas e amigos. Mas depois que vi que o Face permitia algumas páginas que ignoram os direitos humanos foi a "gota da agua". Mandei alguns e-mails para eles e se caso o que eu solicitei seja atendido eu volto, mas duvido muito que aconteça.

      No mais grata pelo carinho e vamos mantendo contato pelos blogs.


      abraços

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  2. Somos tod@s Guarani Kaiowá!!!!!Estamos junt@s nessa luta para ampliar nossas possibilidades de um mundo melhor, sem discriminação e respeito aos nosso ancestrais!!!!

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    1. Todos Humanos e assumimos a alcunha de toda luta justa!

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  3. Engraçado, pois eu tenho um perfil no face que se chama "Beijaflor Benke", e me pergunto se eles imaginam que este é meu nome de registro...

    Claro que não, mas com essa perseguição aos sobrenomes "guarani kaiowás" é óbvio que estão sendo favoráveis e cedendo à pressões políticas de quem não gostou nem um pouquinho dessa adesão de massa à causa indígena!

    Abaixo o FASCISTBOOK!

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    1. Grata, Andrei! Essa "limpeza" de fato é uma ramificação certa de preconceito e favoritismo à apenas uma classe. Grata pelo acréscimo de informações.

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  4. Anônimo Guaraná Kuat14 de janeiro de 2013 às 04:31

    Ah, para vai!! Pelo amor de Deus!! Colocar nomes indígenas nos seus perfis das redes sociais? Vocês acham que isso vai proteger os índios? Isso não passa de mais uma palhaçada sofativista dos revolucionários de sofá.

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    1. Hoje em dia meu caro "Anônimo" não necessitamos levar sova de milico para apoiar uma causa. Se você ler o post completo compreenderia que o fato não é se é eficaz usar ou não o Guarani Kaiowá e sim que nenhum outro tipo de apelido ou nomes "não próprios" foram impedidos de serem utilizados, além do próprio face permitir páginas como essas que exemplifiquei acima (que esmagam os Direitos Humanos). Pessoas como você que só leem pelo jeito as manchetes e só se preocupa com o próprio umbigo utilizam esse discurso "do não adianta" há seculos e o pior até sentem vergonha por pensarem assim, ao ponto de não se identificarem quando vomitam o discurso de 90% da massa. Quem não está inteirado disso, basta pesquisar sobre as diversas organizações não governamentais que criaram petições para defenderem o direto dos índios as suas terras. Ativista de sofás como a Wikileaks fizeram muito mais do que o silêncio reacionário de gente como você. E além disso acrescento que para um Brasil que só tende a ser moldado para a cultura "times money" nos EUA, ver jovens, mesmo sem ideologia, utilizando em seus sobrenomes o nome de uma tribo indigena, já é um começo. Não poderia exigir de uma país de cultura escravocrata, feito para ser colônia, mais do que isso no momento, pois até os protestos na rua que já participei, querendo ou não ainda são ingênuos. Mas eu sempre apoiarei qualquer sinal do despertar.

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  5. Lisa, antes de me retirar do fascistabook, li teu desabafo e os links das páginas que aqui expões.

    Como não poderia esperar outra coisa de quem age como verdadeira cidadã e guerreira que não se cala diante de fatos que nada têm de "ingênuos", apesar da cegueira da maioria, eu te aplaudo também pela aula de História que acabaste de dar aí em cima.

    Entre um "anônimo" e outro, ainda bem que preferimos ter nome e sobrenomes, e nos apresentar, seja em blogs de terceiros, seja de cara para o mundo, com a coragem de ter e defender identidades de verdade, como são os grupos étnicos de que, não fosse por parte a atitude de solidariedade dos que adotaram seus nomes, o mundo nunca os ficaria conhecendo.

    Vou te deixar o link para um post ótimo que li hoje.

    Com admiração e esmero,

    Katy.

    http://revistamododeusar.blogspot.ch/

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    1. Maravilhoso o texto, lá no Modo de Usar, eles exemplificaram essa nossa vontade de sempre estar no outro, pois somos o outro. Uma amiga antropologa uma vez me falou que há uma corrente de pensamento que defende que nós somos como nos percebemos e nenhum juiz da Terra poderá determinar se somos brancos ou negros, italianos e brasileiros, homem ou mulher, achei isso muito lindo!

      Grata pelo link, Poetisa Vermelha!

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  6. Quanta bobagem. Olha só o que faz a falta de uma pia de louça suja para lavar.

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