sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

As Aventuras de Pi



               por Lisa Alves
 
          
            As aventuras de Pi, dirigido por Ang Lee, é um filme sobre o imaginário, sobre Deus(es), sobre a natureza, sobre a arte, sobre a relação entre as espécies e sobre a complexa relação de nós com nós mesmos.

 

         A película em 3D é carregada de simbolismos perspectivos e narrativos, além de paisagens exuberantes que homenageiam a biota do planeta e assinala o domínio intransferível da natureza (algo que passa a beber na fonte de Homero quando Pi volve-se em um Ulisses castigado, testado e expiado pelos deuses). 

 

           O nome do protagonista também me chamou a atenção visto que como o filme o nome de Pi possui duas variantes: a concreta é que ele foi registrado como Piscine Molitor (em homengem ao tio que “coleciona” piscinas – um tio descrito como um Tritão) e a romântica é sobre um garoto Pi que defendia a derivação de seu nome através da letra grega π  (Pi) que refere-se ao número mais famoso da história universal  (3,14159265....). Um número que curiosamente também foi  associado a Deus, ao Criador, à  aquele que representa a fórmula geométrica que criou a natureza.  
             
          As Aventuras de Pi  é uma adaptação da obra literária A Vida de Pi, de Yann Martel




sábado, 19 de janeiro de 2013

O Império do Monopólio Midiático





Nas fotos:  Héctor Magnetto





Matéria bem esclarecedora, com elementos históricos e sem isentar lados, a Carta Capital em 23 de dezembro de 2012 explana em O Leviatã Midiático sobre a polêmica que demonizou a presidente da Argentina Cristina Kirchner:



“A distorção do noticiário dos meios do grupo Clarín não tem limites. Denunciam graves atentados à liberdade de expressão, e encontram amplo eco em seus congêneres em outros países, a começar, claro, pelo Brasil, onde cinco grupos dão as cartas.
(...)
Evidentemente, não é de liberdade de expressão que se trata, e sim da liberdade de acumular concessões...
(...)
Enroscos judiciais à parte, a faceta mais visível da briga entre o governo e o Clarín gira ao redor de um mesmo eixo, a formidável concentração de meios nas mãos do grupo. Nunca é demais repetir sua participação no mercado: 42% das licenças de rádio, 59% da televisão fechada (a cabo), 39% da televisão aberta. São 254 canais de televisão a cabo (algumas fontes mencionam apenas 237, o grupo diz que na verdade são 158, a nova lei diz que não podem ser mais do que 24 licenças), duas dúzias de televisões abertas (o limite permitido é dez).
(...)
Cabe registrar que o governo de Cristina Kirchner não é, nem de longe, pioneiro nessa batalha contra a concentração e, muito especialmente, contra o Clarín. O primeiro presidente pós-ditadura, Raúl Alfonsín, tentou a mesma coisa. Chegou a mandar fiscais da Receita invadirem a empresa e durante meses virar pelo avesso sua contabilidade.
(...)
Por trás desse conglomerado gigantesco, além do mais, há histórias escabrosas. O jornal Clarín surgiu em 1945, de forma relativamente modesta. Seu fundador, Roberto Noble, era um fervoroso admirador de duas figuras que haviam marcado época e deixado um rastro de barbaridades: um italiano chamado Benito Mussolini e um austríaco chamado Adolf Hitler.
(...)
Na ditadura, o jornal ganhou corpo e voz. E tornou-se um grupo importante, graças às manobras de seu executivo, Héctor Magnetto, que começou como contador e hoje é o segundo maior acionista da empresa.
(...)
Diante do tribunal, Lidia Papaleo contou como foi violada, agredida, vexada. Teve o tímpano arrebentado a golpes de mão aberta contra o ouvido. Muitas vezes, depois de estuprada, era levada de volta para a cela e jogada, nua, no chão. “E então, contou ela ao juiz, ‘eles vinham e cuspiam, urinavam e ejaculavam em cima de mim’.” Contou que até hoje, em seus pesadelos, revê o rosto de seus torturadores. E disse que nenhum desses rostos a amedronta mais que o do homem que a pressionou para assinar os documentos da venda da Papel Prensa. Os olhos do homem que dizia, com uma voz serena e calma, que ou ela assinava, ou veria sua filha ser morta, antes de ela mesma ser assassinada. Esse homem chama-se Héctor Magnetto e é o presidente do Clarín, do qual detém 33% das ações.

Leiam a matéria na integra: Carta Capital




quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Os Kaiowá somos nós

"Os Kaiowá somos nós. Os índios não são “nossos índios”. Eles não são “nossos”. Eles são nós. Nós somos eles. Todos nós somos todos eles. Somos outros, como todos. Somos deste outro país, esta terra vasta que se vai devastando, onde ainda ecoam centenas, milhares de gentílicos, etnônimos, nomes de povos, palavras estranhas, gramáticas misteriosas, sons inauditos, sílabas pedregosas mas também ditongos doces, palavras que escondem gentes e línguas de que sequer suspeitávamos os nomes.Nomes que mal sabemos, nomes que nunca ouvimos, mas vamos descobrindo." - Revista Modo de Usar & Co. 




 
totem from Andre Vallias on Vimeo.




Leia o texto completo na  Revista Modo de Usar & Co. 
Dica de Katyuscia Carvalho Kanauã Kaluanã

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Rawa - Luta contra a violência (mulher vítima de violência no Afeganistão)






 Nessa manhã recebi mais um vídeo do Canal da RAWA com mais um infeliz caso de tortura contra a mulher.


A vítima é Manizha, 20 anos, da área de Moqor do sul da província de Ghazni, que revelou para a  BBC como ela era constantemente torturada pelo marido.



Ela foi mantida no porão de sua casa por semanas, com as mãos e os pés amarrados. Seu marido a acorrentou e  a espancou com paus e chicote.



Manziha acrescenta: "Não há nenhuma parte do meu corpo que não esteja ferida. As unhas das minhas mãos caíram, e os meus pés não têm força para se moverem."


 
A RAWA, Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão, é a única organização política/social feminista das mulheres afegãs, anti-fundamentalista, que luta pela paz, liberdade, democracia, e pelos direitos das mulheres. 



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Etnocentrismo no Facebook?




Internautas com perfis no Facebook que usam em seus nomes os termos Guarani Kaiowá são obrigados a retira-los com pena de perder seus perfis. Para começar os administradores do facebook alegam que o usuário deve utilizar o seu nome verdadeiro. Entretanto, até onde sei, o facebook não exige o RG ou qualquer documento de identificação legitima do usuário, logo como eles podem afirmar que não possuo em meu nome o Guarani Kaiowá? Seriam os administradores de tal rede portadores de poderes paranormais? Sem falar que vejo milhares de usuários utilizando pseudônimos e sobrenomes com o nome de suas empresas ou profissão e desde o começo do ano a rede social passou a dar "um limpa" em quem utiliza o nome da tribo de índio que exige o direito oficial às suas terras, desafiando os Senhores e Senhoras do Agronegócio.


Eis aqui um depoimento de alguém que como muitos precisou mudar o seu nome para utilizar a "rede social".


"Me sentia feliz e orgulhosa em assinar o nome Vânia Carvalho Guarani Kaiowá Munduruku Awá no Facebook, uma forma de, publicamente, declarar o apoio aos Povos Indígenas, de demonstrar a indignação com o massacre diário que essas populações vem sofrendo. Uma forma de estar junto, de ampliar, além dos nossos "velhos emails", como diz Tania Pacheco, para nossos amigos e parentes que muitas vezes não tem acesso a informação de qualidade sobre a questão indígena no Brasil, bastante camuflada pela mídia. Quantas vezes choramos juntos os assassinatos de lideranças indígenas, envenenamento das fontes de água, jovens acuados e suicidas, mulheres estupradas...Embora estivéssemos isolados em nossas casas e escritórios. Um dia fiz uma pesquisa no Face e vi Guarani-Kaiowá em todas as cidades do Brasil, pequenas, médias e grandes cidades. Fiquei impressionada com o imenso apoio de milhares de pessoas se importando com uma cultura fundamental pra nós nesse momento de perigo concreto por que passa a humanidade pelo afastamento da natureza....temos que descobrir uma forma de juntar novamente essas pessoas pra aumentar nossa esperança pois desde ontem o Facebook está impedindo as pessoas de permanecerem com sobrenomes indígenas, embora aceite nomes como "bolinha", "machão", "fofinha"...


Quem quiser denunciar a retirada compulsória de seus nomes no Face pode mandar email para:denunciaguaranikaiowa@hotmail.com."


Fonte: http://redeanaamazonia.blogspot.com.br/2013/01/sou-vania-carvalho-guarani-kaiowa.html



Ironicamente há alguns tipos de páginas como essa abaixo (por muitos denunciada) que os Administradores alegaram que não há nada que infrinja a Política do Facebook. Quem puder e tiver estômago confira.






 Click nas imagens para visualizar 


Reforçando à informação da Vânia Carvalho Guarani Kaiowá Munduruku Awá quem quiser denunciar
a retirada compulsória de seus nomes no Face pode mandar email para: denunciaguaranikaiowa@hotmail.com.