quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Valete (O Anti-Herói)



"A minha aversão ao imperialismo não sara
Não quero fama, nem glória, dá-me só uma T-shirt de Che Guevara
Põe-me num 7.4.7, México aqui vou
Viajo lembrando de como a segunda torre se desmoronou
Depois de 15 horas de voo, meu Boing aterrou
Já fora do aeroporto, houve um bro que me identificou"
Música - Fim da Ditadura - Valete

Valete é um rapper português. Começou a participar ativamente do movimento Hip-hop em Portugal no ano de 1997. Atualmente tem dois álbuns editados e cerca de 11.000 cópias vendidas. Nasceu dia 14 de Novembro de 1981 em Lisboa. Desde cedo criou as suas opiniões políticas e chegou a participar da Juventude Comunista Portuguesa. O rap de Valete manifesta-se essencialmente contra as correntes neo-liberais. Na música Anti-Herói define-se como um "Trotskista belicista" (faixa do album "Serviço Público").


Fonte:
Wikipédia e Youtube

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Raízes do Brasil



Sobre o Capítulo "O Homem Cordial' de Sérgio Buarque de Holanda.
Por Lisa Alves

É preciso conviver com os homens/ É preciso não assassiná-los!.
Carlos Drummond

Sempre causou-nos estranhamento o fato de que nós, humanos,
temos predileção natural aos membros de nossa família. Isso é algo que também precisa ser superado:
a semelhança dos genes. Há-se uma necessidade pulsante de amarmos
a todos os humanos em igualdade e, antes de qualquer consideração,
estabelecermos que a espécie é a nossa grande família.
Manifesto Potencialista

O Estado nasceu no instante em que alguém percebeu que havia um trabalho a ser feito,
mas que nem todo mundo precisava trabalhar.
Da escravidão do Trabalho - Manifesto Potencialista.

A família é anterior ao Estado. Sérgio Buarque tenta demonstrar, no capítulo O homem Cordial de seu livro Raízes do Brasil a oposição entre o Estado e a família. De acordo com ele o Estado nasceu através da transgressão familiar de um indivíduo. Também é citado no texto como exemplo disso a forma de trabalho das velhas corporações e grêmios de artesãos que adotavam uma cultura familiar de mestre e aprendiz em oposição as usinas modernas de nossos dias cuja relação humana foi aniquilada. Essa transição do trabalho industrial gerou uma crise semelhante à abolição da velha ordem familiar pelas instituições e relações sociais fundadas em nome da vida prática. E de acordo com o autor os indivíduos que não se adaptam ao meio social são justamente aqueles que sentem dificuldade de se livrarem da cultura familiar. Joaquim Nabuco é citado no capitulo e insere a idéia de que a família estraga o indivíduo: em nossa política e em nossa sociedade [...], são os órfãos, os abandonados, que vencem a luta, sobem e governam, no entanto no Brasil essa afirmação foge a realidade, é só lembrar das árvores genealógicas de nossos governantes que concluiremos que o poder sempre foi uma herança familiar, salvo algumas exceções. Tanto é que no mesmo texto pode se encontrar Sérgio Buarque afirmando que a família foi o circulo que mais predominou nas vontades particulares da nossa sociedade ao longo da nossa história.
O Homem cordial é o grande herdeiro desse ouro familiar. A fama do brasileiro é conhecida em todo o mundo: o hospitaleiro, o generoso mas também o ainda "bárbaro". O homem cordial é aquele que faz de tudo para estar no meio, para ser aceito, um sujeito totalmente emocional. E o homem emocional não consegue viver só, a solidão é uma prisão, o "estar consigo" é o "estar com nada" e o nada é perdição. O homem cordial só tem identidade a partir do momento que outro indivíduo o reconhece, só mesmo assim para ele se livrar da grade. "Vosso mau amor de vós mesmo vos faz do isolamento um cativeiro". F. Nietzsche não poderia explicar o Homem Cordial de forma melhor.
Temos tanta necessidade de convívio e intimidade que até mesmo na nossa linguagem é possível identificar isso. O diminutivo usado nela transforma as pessoas e coisas mais acessíveis e familiares. A omissão do nome de família no tratamento social também é um exemplo encontrado no texto. Na religião, por exemplo, podemos perceber que muitos santos se tornaram amigos íntimos justamente pelo uso do diminutivo Santa Teresinha, Menino Jesus. O catolicismo brasileiro transformou seus imortais em mortais e até mesmo podemos compara-los com as divindades gregas que estavam sujeitas as paixões e erros semelhantes aos dos humanos. É interessante observar que o cristianismo no Brasil foge muito a regra do original, isso pode ser explicado com base na nossa colonização: as pessoas só tinham que se dizerem cristãos, dizer as rezas mais conhecidas que eram bem vindas e abençoadas no Brasil. (Esse exemplo pode também ser encontrado no capítulo I do livro Casa-Grande e Senzala de Gilberto Freyre.)



Obs: Assistam também Raízes do Brasil em DVD, o documentário é sobre a vida de Sergio Buarque de Holanda e como foi a tragetória para o nascimento da obra.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Acabem com as pragas!

"Quem quer, não a liberdade, mas o Estado, não deve brincar de Revolução" - MIKHAIL BAKUNIN
“Me pergunto em que tipo de sociedade vivemos,
que democracia é essa que temos onde os corruptos vivem na impunidade,
e a fome das pessoas é considerada subversiva.”— Ernesto Sábato, Antes del fin (1999)
“A melhor forma de votar é arrancar as pedras da calçada e lançá-las nas cabeças dos políticos”
— Anônimo, Pichação nas ruas de Paris (2006)

“A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”
— Eduardo Galeano
“A única igreja que ilumina é a que queima.”
— Priotr Kropotkin

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O senhor governador “Comigo Ninguém Pode” do Distrito Federal “o avião vai decolar” arrecadou uma boa grana em nome de seus fiéis eleitores e após seu impeachment com certeza fará uma grande festa, afinal: ser afastado e impedido de governar não dói tanto quanto perder o seu “suado’ dinheirinho. Desde as eleições de 2006 seu patrimônio aumentou 1.060% (loucura? Isso é caso para guilhotina!). Ninguém é punido de fato nesse sistema, corrupção já virou arte. Ontem na entrada da Câmara Legislativa do DF tinha cidadão com placas na mão defendendo o senhor governador, no entanto não demorou muito para uma manifestante confessar “Fui obrigada pelo meu patrão! Por mim, não estaria aqui!”

domingo, 6 de dezembro de 2009

Publicidade Inteligente e Criativa

"Estou plugado nos meios de comunicação de massa e sei como funcionam.
Olho para as notícias como se fossem comerciais e para os comerciais como se fossem notícias.
Sei exatamente como ambos são construídos e para que finalidade são direcionados."
- Joey Skaggs







domingo, 22 de novembro de 2009

A Máquina do Fim do Mundo


Ontem os jornais divulgaram o retorno do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider) ou mais conhecido como a “Máquina do Fim do Mundo”. O grande colisor passou por reajustes por 14 meses e na noite do dia 20 de novembro a máquina foi considerada apta para sua principal missão: realizar experimentos sobre a composição da matéria e dar informações sobre a formação do universo.
A circulação de partículas irá começar inicialmente em baixa energia, com 450 GeV (gigaeletrons volts). Depois que os cientistas começarem a injetar feixes em direções opostas, as primeiras colisões começarão a ser produzida nessa velocidade. A potência da circulação de prótons irá aumentar gradativamente e chegar ao momento mais esperado e temido por cientistas: as primeiras colisões de partículas em uma velocidade próxima a da luz. “

Segundo os cientistas, essa velocidade poderá recriar os instantes posteriores ao Big Bang. E isso causa uma contrariedade no Conselho de Direitos Humanos que acredita na possibilidade de um buraco negro aparecer durante a experiência e sugar nosso planeta. Em 2008 escrevi um artigo no antigo Metamorfose Coletiva cuja temática eram os aceleradores de partículas. Segue abaixo o texto:
E no princípio era o Nada
(e continuamos aqui graças a Ele) 27 de Fevereiro de 2008
Metamorfose Coletiva

Em 2003 a análise de dados do satélite-telescópio WMAP leva os cientistas a uma conclusão considerada absurda, porém incontestável: a de que 73% do peso do Universo vem do vazio. E este vazio, de acordo com os físicos, não passa de energia cristalizada que por sua vez não passa de partículas que existiram antes do Big Bang que se acalmaram com o resfriamento do Universo.
De súbito descobrimos que aquilo que considerávamos ausência ou nada, na realidade, é muita coisa, apesar de não poder ser detectado pelos nossos sentidos. Aprendemos que onde não têm mais, só pode ter menos, onde está quente não pode estar frio, o que é concreto não pode ser abstrato. O paradoxo é esculpido entre a intenção de ser e a de não ser. E quando descobrirmos que não existem diferenças ou que as diferenças se originam da mesma raiz ?
O ser humano é um animal racional que tem o privilégio de comparar, escolher, criar e dar ação ao pensamento. Todas nossas escolhas e criações se originam do ato de comparar ou seja: construímos a civilização que conhecemos à base de comparações. Na política, na religião, na matemática, no sexo, nas artes, na guerra, existem lados opostos: lados que, segundo nossa capacidade de distinção, não combinam. E se de um dia para o outro perdêssemos esta capacidade de distinção que adquirimos através das comparações que fizemos durante todo o período de vida? Com certeza, se esta mutação dos conceitos acontecesse em um único período e com uma grande parte da civilização, teríamos uma mudança nunca antes imaginada na economia, as religiões se extinguiriam ou se uniriam, a matemática tomaria um outro rumo e grande parte das diferenças se igualariam.
E porquê se concretizaria uma mudança? Por nada... Isto mesmo! Ou melhor, pelo nada. Já que o nada é um monstro que está adormecido, é preciso acordá-lo. Os físicos já observaram partículas entrando e saindo do vácuo após uma colisão causada por aceleradores de partículas. Através destes aceleradores o nada é acordado aos poucos, no entanto, as conseqüências de acordá-lo por inteiro são ignoradas pela ciência e pelo homem. Poderíamos ser tragados pela energia invisível ou até mesmo sermos transportados para uma dimensão somente descrita nos livros de ficção científica.
Lisa Alves


LHC


Cidadãos contra LHC

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De Volta a Istambul (2007)

Literatura


"O tempo para Petite-Ma perdera há muito seu comando linear; não havia sinais regulatórios,
luzes de avisos ou rumos ao longo da estrada da História.
Ela estava livre para se mover em qualquer direção ou mudar a pista."

De Volta a Istambul


O romance de Elif Shafak é uma obra realista e ao mesmo tempo fantástica que me proporcionou a mesma sensação indescritível ao ler Cem anos de Solidão (Gabriel Garcia Marques). De Volta a Istambul é um retrato belo, conflitante e cultural em torno de duas famílias interessantíssimas: uma armênia que vive em Tucson ( EUA) e a outra turca na bela Istambul.

Armanoush é uma jovem descendente de armênios, pais separados, nasceu e mora nos EUA e é uma compulsiva literária. Sua vida é resumida entre conflitos sobre sua verdadeira raiz, já que a mãe é uma convicta norte americana e o pai um armênio de uma família que luta pela sua tradição.

Asya nasceu e mora em Istambul, Turquia. Filha de mãe solteira é rodeada por tias moradoras de uma mesma residência. Leva uma vida resumida em um café freqüentado por artistas, o Café Kundera. Amante de Johnny Cash, dos existencialistas franceses e de um Cartunista Dipsomaníaco.

O encontro da duas jovens somam a uma história de quebra de preconceitos, de alianças entre culturas separadas pela violência do passado. Os tempos se cruzam, o sangue obviamente desigual é unido no passado. A borra de café lê a realidade em linhas metafísicas. O fantasioso e o místico pedem licença cientifica para completarem o mundo de mulheres subversivas, supersticiosas, intelectuais, esquizofrênicas, alienadas e sábias. Este é um pequeno resumo (para não dizer mínimo) de um forte, denso e maravilhoso livro.





Elif Shafak nasceu na França, em 1971. Formou-se em ciências políticas na Turquia. É autora de cinco romances e uma série de ensaios. Devido às palavras ditas por personagens armênios em De Volta a Istambul, foi levada a julgamento, passível de receber uma pena de até três anos de prisão.

domingo, 25 de outubro de 2009

Cinema

Caros amigos, sou declaradamente apaixonada pela sétima arte. Não consigo ter uma conversa saudável sem práticar o ato da recomendação. "Você assistiu o último de Lars Von Trier?", "Dessa vez mataram Os Normais, apelaram para o besterol.", "Watchmen foi uma das melhores adaptações de quadrinho que assisti."

E para não quebrar o ritual, indico quatro belíssimas telas que validam a existência dessa arte .


O Menino do Pijama Listrado (2008)



O Pequeno Italiano (2005)


A Menina no País das Maravilhas (2009)


Orações Para Bobby (Prayers for Bobby) 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

The Obama Deception

Para aproveitar a grande piada do ano "Obama Ganha Prêmio Nobel da Paz", indico o documentário The Obama Deception de Alex Jones. O filme mostra as peças do grande quebra cabeça "Nova Ordem Mundial" formando um desenho único com a cara de várias marionetes do cenário politico. Obama não é um lobo na pele de cordeiro e sim um cordeiro na sua própria pele (a idéia brilhante da fábula inversa). E quem disse que todos os cordeiros são bons? No documentário Obama afirma "Não nasci na manjedoura como acreditavam alguns, eu vim de Krypton". A venda de um super homem produzido nas fábricas de Wall Street pode ser ficticio para alguns e óbvio para outros. Assistam!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Submission, As Mulheres no Islã {legendado}


Video relacionado com a morte do cineasta Theo Van Gogh na manhã de terça-Feira, 2 de Novembro de 2004. O curta-metragem fala sobre a violência exercida contra as mulheres muçulmanas, que são tratadas como inferiores pelos seguidores do islamismo, que tem Alá como o seu Deus. Em uma vida de horrores, marcada pela circuncisão feminina.

Theo Van Gogh tornou-se famoso pelas polémicas em que se envolveu frequentemente. Era especialmente crítico face à religião. Chamou por exemplo a Jesus Cristo "um pescador preguiçoso de Nazaré". Escreveu também artigos num jornal diário holandês em que retratava Maomé pedófilo (Maomé se casou com Aicha, uma menina de nove anos).



terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Coletivo de Olho Neles

Videos sobre os mitos, pânicos e conspirações criados sobre a gripe suína (ou gripe A (H1N1) ).


( ) Golpe da grande indústria Farmacêutica?
( ) Vírus criado em laboratório?
( ) Terror psicológico?
( ) Desvio de foco mundial? Alguma coisa pior acontece ...
( ) Nenhuma das opções, a pandemia é real!


----------------------------------Operação Pandemia
---------------------------Assita no Youtube -> Operação Pandemia

Video de origem independente que mostra a criação de uma idéia de doença com a finalidade final das grandes corporações: o lucro.



Gripe Suína - Comercial de 1976 sobre vacina contra a Gripe

Provável tentativa da Indústria Farmacêutica de ganhar mais dinheiro.
"Em 1976 o então presidente americano Gerald Ford determinou a vacinação em massa de toda a população como forma de conter a doença, temendo que "o vírus de 1918 houvesse retornado"."

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Videos Necessários ao Coletivo

Quanto vale ou é por quilo?

Assista no Google Videos - Quanto vale ou é por quilo?
Um dos melhores filmes nacionais que já assisti. “Quanto vale ou é por quilo?” é uma verdadeira distribuição de tapas na cara. O filme é de 2005 e foi capaz através de uma linguagem violenta e obscena de mostrar a verdadeira cara do assistencialismo em nosso país. E não há como fugir: estamos em uma verdadeira “crise de valores” e independente do lado que você escolher é impossível se eximir de certas responsabilidades. A mais-valia está agregada nas relações sociais e esta simbiose tem uma força tão sobrenatural que consegue controlar as cordas que movem até mesmo a tão conhecida solidariedade. O filme faz uma ligação realista em formato de documentário fictício (ou vice-versa) entre duas épocas: século XIII época da escravidão explicita e dias atuais época da escravidão implícita. Comentário completo no antigo Metamorfose Coletiva

A História das Coisas





Como funciona o sistema linear do capitalismo e como isso prejudica o planeta.
"As coisas estão se humanizando e os humanos se coisificando" K. Mark


Midiatrix Revelations

Assista no Youtube - Midiatrix Revelations


Se quiser a verdade jogue fora a TV.
Um encontro de Homer e Bonner na Matrix


A Revolução Não Será Televisionada





Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos.

sábado, 26 de setembro de 2009

Quadro Popular

Assista no Youtube esse video: Violência Urbana



Agourentas cores se manifestaram na geografia local.




Simbólicos gritos eram abafados pela arte do cotidiano.



Um vermelho escaldante tingia vivamente a figura animal.



Era uma das milhares obras feitas naquele ano.



A arte era apreciada por olhos apressados que desmereciam o artista que a realizou.



O quadro transmitia uma reação hipnotizante aos desocupados e uma fuga desesperada naquele que a pintou.




O que é Violência?

Violência e esse sistema permitir que um único individuo possua 10 casas e um estoque de comida em cada uma, enquanto milhões comem sobras e não tem um lugar digno para dormir.

Lisa Alves


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O desemprego, a moradia e a assistência à saúde inadequados contribuem para a violência, especialmente nas áreas de favelas, que estão crescendo em um ritmo alucinante.
De acordo com a ONU-HABITAT, se as tendências atuais continuarem a população mundial das favelas pode passar de pouco mais de 1 bilhão em 2005 para quase 1,5 bilhão até 2020.
Essas condições são freqüentemente exacerbadas pela crescente oferta de drogas e o fácil acesso às armas de pequeno porte, que representam um sério obstáculo ao progresso social e econômico. "
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O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
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A violência urbana é determinada por valores sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade. No entanto, ela incorpora modelos copiados dos países de maior influência na esfera internacional.
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A violência no Brasil cresce de forma acelerada e sem controle, com cerca de 50 mil brasileiros assassinados todos os anos. Esse número supera o de mortes em países que enfrentam guerras, como o Iraque. Mas o que podemos fazer para mudar isso? O país assiste atônito à escalada do poder e à ousadia do crime organizado, ao mesmo tempo em que se tornam cada vez mais corriqueiros os crimes com motivações pessoais ou sem sentido.
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A primeira vítima da violência é, sem dúvida, a dignidade humana, cujas feridas são menos aparentes, mas não menos profundas.
A violência é um fenômeno muito complexo do universo social e por isso levantamos algumas causas dessa violência, iniciando com as da violência urbana:
1) Falta de uma assistência imediata ao menor abandonado;
2) Falta de uma política de educação integral para todos;
3) Falta de um planejamento familiar;
4) O congestionamento da Justiça Penal de um sem de processos que estão a tomar a atenção, o cuidado e o tempo de toda a engrenagem judicial, em detrimento daquelas hipóteses criminais que merecem a atenção pronta, imediata e eficaz da Justiça Penal;
5) Falta de um Policiamento Ostensivo, com policiais mais bem treinados e instruídos, com salários condizentes;
6) Inchação das grandes cidades;
7) Bolsões de misérias;
8) Uso de drogas licitas e ilícitas;
9) Discriminação racial;
10) Discriminação social

http://www.forumseguranca.org.br





segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ode ao Medo

Em verdade temos medo.
Nascemos no escuro.
As existências são poucas; Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios vadeamos.
O Medo - Carlos Drumond de Andrade

Estamos com medo e esse estado é tão perigoso quanto estar ao lado de um animal selvagem e faminto. O medo é criador de barreiras, fronteiras, muralhas e escudos capazes de formarem sombras de nós mesmos. O medo diz: Não vá! Não siga! Não confie! Não fale! Não ouça! Ele é capaz de debochar de nossas caras medonhas: Enquanto tiveres comigo, não agirás sem meu consentimento! E por diversas vezes ele consegue nos convencer. Pois tudo o que está além do que pisamos é desconhecido, inesperado, obscuro e o conforto do que é certo é utilizado como argumento do Sr. Medo.
Um dia desses João Ferreira da Silva venceu o medo e pediu as contas. Não essas contas que chegam exageradamente em nossas portas para serem quitadas e assegurar nossa vivência na sociedade de casas, carros e crédito no mercado. Pelo contrário, João decidiu pedir as contas para no final das contas não ter conta nenhuma para pagar. Abandonou a família, a igreja, o trabalho e o Estado. João abandonou sua identidade, João desfigurou sua digitais, João conseguiu até mudar sua
cor. Não se sabe mais de João, pois ele não existe mais para nós (companheiros fiéis do medo). Se um dia ele caminhar por aí, não será notado, João pisou em solos desconhecidos, metamorfoseou-se, tem a cor de homens sem medo (cor essa que dá medo só de imaginar).
Assim continuamos seguindo ao lado do que nos boicota tanto, transformando-nos em seres tão vivos, mas não existentes. Seres carregados de passividade, pois o espírito da luta foi sutilmente engolido pelo medo. Acomodados e conformados com uma repetida ação coletiva, pois o medo de transgredir também é um companheiro. São ociosos mentais, as idéias são ditadas por vozes opressivas: Compre! Experimente! Torne-se! Ganhe! Isso é clichê, tão clichê quanto nosso medo de sair do quadrado. Contam que nossos ancestrais são os culpados pelo nosso medo do escuro, mas quem é culpado por esse medo de tudo? Nosso DNA? Nossa ancestralidade? Isso é um pensamento fascista, tentando deturpar a liberdade da evolução. Não que João tenha conquistado a liberdade plena, não que os livres-pensa
dores tenham resposta para tudo, mas eles como todos nasceram em ventres idênticos aos que os medonhos vieram. Pensar que são super homens, deuses e alienígenas é santificar a evolução e olhá-la como um estágio alcançado por poucos. E isso é apenas o medo de perceber que apenas um passo que dermos por conta própria é capaz de afastar aos poucos esse inimigo da livre escolha.
Nós filhos das cavernas, devemos seguir para o lado de fora, mas antes libertar-nos das grades existentes do lado de dentro. Ninguém é livre do mundo das coisas enquanto enxergar coisas como algo. As coisas não existem e parece que esse fator não importa muito para seus apreciadores. Isso é medo oculto da existência, uma privação do existir que nos bloqueia para o descobrimento, pois viver já é mais do que poderíamos pedir. Nunca seremos inventores, pois deixamos os santos e cientistas recriarem nossa vida: um opera com milagres pagos pela fé e outro com provas financiadas pelos moradores das cavernas. Pagamos para eles saírem da caverna por nós e ditarem os caminhos da saída. Mas onde estarão as passagens secretas? Os santos responderam através da boca do medo e continuamos pagando para poucos livrarem-se das grades e tornarem-se os escultores de nossos caminhos de acordo com suas descobertas e ganhos materiais. O medo indica poucos caminhos, poucas cores: ou se é azul ou se é vermelho! E o guardião da caverna elimina as cores não indicadas pelo novo desbravador. Mais uma ditadura é criada, uma cor prevalece a outra e nós adotamos os ideais de um novo senhor que jamais indicará a estrada certa para o paraíso. Pois ele bem sabe que o paraíso é apenas a promessa de uma caverna maior e mais medonha. E rezaremos para que as correntes sejam mais fortes e nos prendam para o desfrute dessa prometida benção.

 Crônica de minha autoria publicada no Palanque Marginal



domingo, 16 de agosto de 2009

Control

Dicas de filmes




"Control" (Inglaterra, EUA, 2007).

Eu existo da melhor forma que posso
O passado agora faz parte do meu futuro
O presente está muito fora de controle.”

Ian Curtis (15 de julho de 1956 — 18 de maio de 1980))


Filme baseado no livro “Touching From a Distance” de Deborah Curtis (viúva de Ian Curtis) que conta a trajetória artística e amorosa de Ian Curtis (vocalista da banda Joy Division). Destaque no festival de Cannes por conta da brilhante direção de Anton Corbijn, diretor que já trabalhou com bandas de destaque como Echo and the Bunnymen, Depeche Mode, U2, Nirvana, Travis, Metallica, The Killers e a própria Joy Division.





O filme é um poema melancólico como as letras da Joy Division e profundo como a alma de seu vocalista Ian Curtis. Às vezes apático como a falta de expressão facial de Ian e desesperado como seus movimentos no palco. Filmado em preto e branco as imagens passam a sensação de que você está convidado a ver o mundo da forma que Ian Curtis sentia, percebia e reprovava. Do jovem fantasiado de David Bowie ao homem casado de sentimentos divididos a beira de uma fatal desistência da vida. São 122 minutos misturados de vida pessoal e estréia da Joy Division (banda de rock dos anos 70/80). No entanto o filme é mais focado na vida de Curtis do que na própria banda.

Para quem não conhece a história de Curtis, está aí uma boa oportunidade. E para os fãs um presente in memorian de uma personalidade artística inesquecível.





Poema a Ian Curtis

Enquanto você caminhava em silêncio
Eu nem pensava em existir
No entanto teu pavor estampado nos olhos apáticos
são equivalentes ao meu sorriso de tristeza.
Você buscava controle?
Você gritava sua dor por ninguém conseguir enxergá-la em sua face? Você estava fora de seu tempo?
Sentimentos, isolação, amores, escolhas e dança.
O menino que morreu em 1980
E a menina que nasceu em 1981
E ainda assim vivemos no mesmo mundo, brincando com palavras, sofrendo com palavras e dançando com as letras.
Não descanse, vibre!
No ar ouço Isolation, na terra the eternal, no céu ouvirei você.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Liberdade versus Sociedade


Sociedade + Controle (Moral/Religião)
Sociedade + Leis (Direito/Deveres)
Sociedade + Mudança (Movimentos Sociais)
Sociedade + Estratificação (Desigualdade)
Sociedade + Pobreza
(Violência)
Sociedade + Desenvolvimento (Avanço/Contradições)

De acordo com o dicionário Michaelis o conceito de liberdade é :
1. Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral.
2. Condição do ser que não vive em cativeiro.


É sabido que o ser humano tem uma necessidade de viver em grupo e que muitas das vezes esse agrupamento termina restringindo as liberdades individuais do ser. Freud, por exemplo, considerava o processo civilizatório de um indivíduo totalmente controlador, pois o indivíduo teria que se abdicar de sua liberdade individual e passar a aderir uma liberdade coletiva barganhada de normas sociais reguladoras do comportamento. Seguindo o conceito freudiano pode-se inferir que a liberdade individual prejudica a liberdade coletiva e vice-versa, por isso o ser humano estará sempre em conflito com a civilização, ele sempre reivindicará sua liberdade individual contra a vontade de um grupo já que sua liberdade individual é oposta a liberdade coletiva. Pode ser usado como exemplo disso um hipotético caso de um nudista que saí fora de seu ambiente social, caminha em ambientes sociais não adeptos do nudismo, desrespeita a liberdade coletiva daquele grupo e consequentemente é punido por desrespeitar as normas reguladoras impostas por aquela sociedade. Neste caso podemos excluir da sociedade o primeiro conceito de que liberdade é Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral, já que para o nudista evitar uma coação física e moral terá que se abdicar de sua liberdade individual e se adaptar as normas da liberdade coletiva.

A liberdade deve ser analisada de grupo para grupo visto que quando um indivíduo se agrupa precisa passar por um processo de restrição de liberdade individual para não ferir a liberdade coletiva. Há quem diz que o indivíduo socializado é um animal domesticado. O processo de domesticação de um animal selvagem muitas das vezes é feito por métodos de tortura e em ambientes de cativeiro. Se tornou público o caso de animais de circo que são ensinados a obedecer ordens por meios de várias formas de torturas, inclusive o regulamento de alimentos. O indivíduo quando é socializado passa por métodos coercitivos que muitas das vezes são despercebidos pois os processos de tortura são sutis e os ambientes de cativeiro são os seus próprios grupos.

O indivíduo é obrigado a seguir o regulamento para abastecer as suas necessidades básicas de sobrevivência. Por isso o segundo conceito de que a liberdade é “condição do ser que não vive em cativeiro” pode ser descartado da sociedade uma vez que a própria sociedade é um cativeiro e o indivíduo socializado não poderá desfrutar dessa condição.
O indivíduo socializado é limitado por leis, regras, preceitos, doutrinas e a liberdade que ele desfruta é reduzida e protegida pelas mesmas. Um indivíduo que vive em sociedade não tem autonomia de criar suas próprias normas e deve seguir as leis criadas por algum corpo, seja ele político, religioso ou familiar. Imagine uma pessoa em sã consciência anunciando para sua família que decidiu tirar sua própria vida. Consequentemente não terá o consentimento da família e muito menos o da sociedade.

Acredito que a metamorfose coletiva depende muito da evolução individual e para isso é mais que necessário a parte refletir o pensamento livre, o desprendimento da moral, a leis, a equidade e o uso da tecnologia como ferramenta e não como substituição. A parte influenciando o Todo é a liberdade individual pincelando o coletivo. E isso denomina-se: "Reflexão no Casulo".

Lisa Alves

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009