domingo, 22 de novembro de 2009

A Máquina do Fim do Mundo


Ontem os jornais divulgaram o retorno do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider) ou mais conhecido como a “Máquina do Fim do Mundo”. O grande colisor passou por reajustes por 14 meses e na noite do dia 20 de novembro a máquina foi considerada apta para sua principal missão: realizar experimentos sobre a composição da matéria e dar informações sobre a formação do universo.
A circulação de partículas irá começar inicialmente em baixa energia, com 450 GeV (gigaeletrons volts). Depois que os cientistas começarem a injetar feixes em direções opostas, as primeiras colisões começarão a ser produzida nessa velocidade. A potência da circulação de prótons irá aumentar gradativamente e chegar ao momento mais esperado e temido por cientistas: as primeiras colisões de partículas em uma velocidade próxima a da luz. “

Segundo os cientistas, essa velocidade poderá recriar os instantes posteriores ao Big Bang. E isso causa uma contrariedade no Conselho de Direitos Humanos que acredita na possibilidade de um buraco negro aparecer durante a experiência e sugar nosso planeta. Em 2008 escrevi um artigo no antigo Metamorfose Coletiva cuja temática eram os aceleradores de partículas. Segue abaixo o texto:
E no princípio era o Nada
(e continuamos aqui graças a Ele) 27 de Fevereiro de 2008
Metamorfose Coletiva

Em 2003 a análise de dados do satélite-telescópio WMAP leva os cientistas a uma conclusão considerada absurda, porém incontestável: a de que 73% do peso do Universo vem do vazio. E este vazio, de acordo com os físicos, não passa de energia cristalizada que por sua vez não passa de partículas que existiram antes do Big Bang que se acalmaram com o resfriamento do Universo.
De súbito descobrimos que aquilo que considerávamos ausência ou nada, na realidade, é muita coisa, apesar de não poder ser detectado pelos nossos sentidos. Aprendemos que onde não têm mais, só pode ter menos, onde está quente não pode estar frio, o que é concreto não pode ser abstrato. O paradoxo é esculpido entre a intenção de ser e a de não ser. E quando descobrirmos que não existem diferenças ou que as diferenças se originam da mesma raiz ?
O ser humano é um animal racional que tem o privilégio de comparar, escolher, criar e dar ação ao pensamento. Todas nossas escolhas e criações se originam do ato de comparar ou seja: construímos a civilização que conhecemos à base de comparações. Na política, na religião, na matemática, no sexo, nas artes, na guerra, existem lados opostos: lados que, segundo nossa capacidade de distinção, não combinam. E se de um dia para o outro perdêssemos esta capacidade de distinção que adquirimos através das comparações que fizemos durante todo o período de vida? Com certeza, se esta mutação dos conceitos acontecesse em um único período e com uma grande parte da civilização, teríamos uma mudança nunca antes imaginada na economia, as religiões se extinguiriam ou se uniriam, a matemática tomaria um outro rumo e grande parte das diferenças se igualariam.
E porquê se concretizaria uma mudança? Por nada... Isto mesmo! Ou melhor, pelo nada. Já que o nada é um monstro que está adormecido, é preciso acordá-lo. Os físicos já observaram partículas entrando e saindo do vácuo após uma colisão causada por aceleradores de partículas. Através destes aceleradores o nada é acordado aos poucos, no entanto, as conseqüências de acordá-lo por inteiro são ignoradas pela ciência e pelo homem. Poderíamos ser tragados pela energia invisível ou até mesmo sermos transportados para uma dimensão somente descrita nos livros de ficção científica.
Lisa Alves


LHC


Cidadãos contra LHC

6 comentários:

  1. E enquanto isto os homens não sabem o que fazer com a dor que se sente, na angústia do presente que a cada dia é o fim do mundo para alguém que não suporta.

    Beijos, querida.
    Obrigada pela leitura.
    Boa semana.

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  2. uauu !!!!

    vou ler mais algumas vezes e colocar um comentário descente...

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  3. Belo texto. Faz-me lembrar de uma frase antiga, mas recente: "Do pó nós viemos, ao pó voltaremos". Quem assistiu 'A bússola de ouro' e se lembra do Pó mágico e seus mundos paralelos? A mensagem desse filme - ou do livro, para quem leu - é muito interessante.

    "O pó mudará tudo"

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Mai, realmente o presente humano é tão descontrolado que a maioria tende a entender e explicar o mundo futuro.

    Letícia, obrigada pela leitura!

    Loan, não assisti e fiquei curiosa, vou procurar o filme. Grata pela indicação e pela sempre presença na Metamorfose.

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  6. se esses caras que se dizem inteligentes forem ativar esse negocio p destruir o planeta merece morrer de ataque cardiaco antes do grande dia pq aí já é atestado de burrice. Mas enfim, se for por uma boa causa sem prejudicar o planeta que já está só o pó põe essa bagaça p funcionar.

    bjs

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