segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De Volta a Istambul (2007)

Literatura


"O tempo para Petite-Ma perdera há muito seu comando linear; não havia sinais regulatórios,
luzes de avisos ou rumos ao longo da estrada da História.
Ela estava livre para se mover em qualquer direção ou mudar a pista."

De Volta a Istambul


O romance de Elif Shafak é uma obra realista e ao mesmo tempo fantástica que me proporcionou a mesma sensação indescritível ao ler Cem anos de Solidão (Gabriel Garcia Marques). De Volta a Istambul é um retrato belo, conflitante e cultural em torno de duas famílias interessantíssimas: uma armênia que vive em Tucson ( EUA) e a outra turca na bela Istambul.

Armanoush é uma jovem descendente de armênios, pais separados, nasceu e mora nos EUA e é uma compulsiva literária. Sua vida é resumida entre conflitos sobre sua verdadeira raiz, já que a mãe é uma convicta norte americana e o pai um armênio de uma família que luta pela sua tradição.

Asya nasceu e mora em Istambul, Turquia. Filha de mãe solteira é rodeada por tias moradoras de uma mesma residência. Leva uma vida resumida em um café freqüentado por artistas, o Café Kundera. Amante de Johnny Cash, dos existencialistas franceses e de um Cartunista Dipsomaníaco.

O encontro da duas jovens somam a uma história de quebra de preconceitos, de alianças entre culturas separadas pela violência do passado. Os tempos se cruzam, o sangue obviamente desigual é unido no passado. A borra de café lê a realidade em linhas metafísicas. O fantasioso e o místico pedem licença cientifica para completarem o mundo de mulheres subversivas, supersticiosas, intelectuais, esquizofrênicas, alienadas e sábias. Este é um pequeno resumo (para não dizer mínimo) de um forte, denso e maravilhoso livro.





Elif Shafak nasceu na França, em 1971. Formou-se em ciências políticas na Turquia. É autora de cinco romances e uma série de ensaios. Devido às palavras ditas por personagens armênios em De Volta a Istambul, foi levada a julgamento, passível de receber uma pena de até três anos de prisão.

8 comentários:

  1. De Garcia Marquez é a frase:"Os personagens, as histórias, estão prontas por aí. O que o autor faz é captar e reunir isso" - assim deve ser com grandes e boas obras como a que você sugere.
    Istambul já dá panos prás mangas no sentido do imaginário sendo que, originado no real.
    Uma cidade quase cosmopolita com alma de tradição e sede de uma modernidade que fique apenas à vista.
    Um contraste entre o que é e o que parece ser.
    A autora, mulher corajosa pois, já deveria ser informada sobre os riscos, imaginando eu que tenha feito alguma pesquisa antes de dar forma à idéia.
    Absurdo alguém ser condenado por causa de personagens mas, o outro lado da moeda , a falta total de tradição também é um perigo.
    Os dois lados do pêndulo mas nem sempre é possível o equilíbrio.
    Vou aproveitar o décimo terceiro e adquirir.
    Por enquanto ainda estou namorando os meninos de Jorge Amado em Capitães da Areia.
    Valeu.

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  2. Lisa, vlw pela visita em meus blog... os seu continuam cheios de novidades, qro ler esse livro... tks

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  3. parece interessante, escritores como sempre a frente do seu tempo, dizendo verdades dolorosas. gosto disso.

    abraços

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  4. Maravilhoso o seu blog e magnifico o seu resumo, curto e excitante, ele faz muito bem o que propõe,instigar a vontade de ler o romance.Sem contar que qualquer coisa que lembre Garcia Marquez já tem um passo para excelência.

    beijos

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  5. Nossa, realista e fantástico ao mesmo tempo, sempre achei isso meio conflitante. Mas enfim, já ouvi dizer que alguns autores nomeiam seus livros com essas duas idéias. Talvez dê mesmo, de certo modo, para combinar esses dois estilos.

    Bem, eu não sou entendido no assunto, então... sei lá.

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  6. Uma bela obra, pelo que suponho.
    Csdinho RoCo

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  7. Terminei de ler ontem! Excelente livro! Confesso que o começo foi um pouco arrastado, quase desisti, mas mais ou menos da metade para frente foi super envolvente e excitante. Recomendo!

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