por Lisa Alves
O
Brasil necessita expandir sua oferta de energia, contudo este procedimento estratégico
deve ser adjunto ao desenvolvimento social, econômico e ambiental. As fontes
renováveis de energia que fazem parte da matriz energética brasileira alcançam um
ideal de desenvolvimento sustentável, todavia o implante dessas fontes é sabotado
pela política de suprimento de energia de forma centralizada. Conforme informações
do site Portal Energia (2011) a energia solar é efetiva em locais apartados ou
de complicado ingresso, pois sua instalação em ínfima escala não requer gastos
em amplas linhas de transmissão. Em países tropicais, como o Brasil, a aplicação
da energia solar é recomendável em praticamente todo o território, e, em locais
distantes dos centros de produção energética seu uso contribui na diminuição da
busca energética e consequentemente evita a perda de energia que adviria na
transmissão.
O presente mostra os conflitos
sociais e ambientais causados no Brasil através de novas construções de
barragens, como Belo Monte, por exemplo. Pensar em uma matriz energética menos
causadora de impactos, evitaria conflitos e impactos materiais,
culturais e ambientais. Em pleno
século XXI o Brasil ainda apresenta áreas sem nenhum tipo de fornecimento
energético. Problema que ocasiona a migração de milhares de pessoas para as
cidades a procura de emprego, ocasionando o crescimento desordenado das cidades,
desemprego, submoradias e impactos ambientais. E agora com a escassez de água já deveríamos ter projetos aprovados para o uso dessa fonte.
O Brasil, por ser um país circunscrito
em sua maior parte na região intertropical, tem amplo potencial de energia
solar durante os seus doze meses anuais. De acordo com informações da Agência
FAPESP (2009) o Brasil tem uma competência de geração de energia solar de 200 a
250 watts por metro quadrado, o que é classificado pela agência como um
potencial muito superior. Além disso, a agência informa que o Brasil tem o dobro
dos níveis de insolação de países europeus como a Alemanha, país esse que domina
o maior mercado mundial por gerar mais de 40% de sua eletricidade através de
fontes fotovoltaicas. Para o Brasil, as chances nesse setor são promissoras,
mas para isso é necessário um grande investimento na capacitação tecnológica e
industrial.
Vantagens:
a energia solar é uma energia limpa, ou seja, não polui durante seu uso. As
centrais carecem de manutenção mínima. Os painéis solares evoluem rápido, estão
cada vez mais potentes, ao mesmo tempo em que seu preço vem decaindo. É um tipo
de energia excelente para lugares distantes ou de difícil acesso, pois sua
instalação em pequena escala não sujeita a enormes gastos em linhas de
transmissão. (PORTAL ENERGIA, 2011)
Segundo
Oliva et al (1996) e Faria (2004), a sociedade como um todo se beneficia com a
implantação de sistemas fotovoltaicos como alternativa de energia pois:
há o aproveitamento da energia solar, que é uma fonte gratuita de
energia, abundante e não poluente; há a contribuição para a preservação do meio
ambiente por conservar a energia elétrica, o que pode levar à redução da
necessidade de construção de obras de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica, que causam impactos ambientais; contribui para a redução das
dificuldades para o suprimento de energia e de potência que eventualmente
venham a ocorrer no sistema elétrico nacional nos próximos anos e para a
diversificação da matriz energética; promove a redução da emissão de gases do
efeito estufa e outros poluentes e cria empregos locais diretos e indiretos.
Desvantagens: as formas de
armazenamento da energia solar têm pouca eficiência quando confrontadas aos
combustíveis fósseis e a energia hidrelétrica. Outro fator desvantajoso é o
rendimento de apenas 25%. (Portal Energia, 2011) Não obstante, os impactos ambientais
causados pelas hidrelétricas são em montante superiores as desvantagens na
utilização da energia solar. Segundo Leite (2005) a locação de hidrelétricas
pode provocar impactos ambientais no clima modificando a temperatura, a umidade
relativa, a evaporação, a precipitação e os ventos.
As energias
renováveis, como a energia solar, surgem como resistência a um modelo globalizado
que considera mais viável qualquer fonte de energia que possua maior potencial energético e lucrativo e com isso desconsidera os impactos
ambientais que aquela matriz energética poderá causar. Todavia, o
emprego de sistemas de energia solar ainda está sujeito ao implante de ações de
incentivo que auxiliem a superar os obstáculos técnicos, econômicos e de
mercado existentes. Algumas medidas já auxiliariam nesse tipo de substituição
de matriz energética como: a mudança no código de construção civil, divulgação da
tecnologia, cursos de capacitação, pesquisa, metas ambientais e incentivos
fiscais para grandes empreendimentos que adotassem esse tipo de fonte
energética. Lembrando que a utilização de energia em uma economia capitalista
está fortemente associada a um conjunto de questões: incluindo a mitigação da
pobreza, o crescimento populacional ordenado, o nível de urbanização, industrialização,
saúde, educação, inclusão social e prosperidade econômica da região. Uma
comunidade isolada e sem recursos energéticos está condenada ao êxodo.
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