segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Potencial de energia solar no Brasil


por Lisa Alves 


    O Brasil necessita expandir sua oferta de energia, contudo este procedimento estratégico deve ser adjunto ao desenvolvimento social, econômico e ambiental. As fontes renováveis de energia que fazem parte da matriz energética brasileira alcançam um ideal de desenvolvimento sustentável, todavia o implante dessas fontes é sabotado pela política de suprimento de energia de forma centralizada. Conforme informações do site Portal Energia (2011) a energia solar é efetiva em locais apartados ou de complicado ingresso, pois sua instalação em ínfima escala não requer gastos em amplas linhas de transmissão. Em países tropicais, como o Brasil, a aplicação da energia solar é recomendável em praticamente todo o território, e, em locais distantes dos centros de produção energética seu uso contribui na diminuição da busca energética e consequentemente evita a perda de energia que adviria na transmissão.


            O presente mostra os conflitos sociais e ambientais causados no Brasil através de novas construções de barragens, como Belo Monte, por exemplo. Pensar em uma matriz energética menos causadora de impactos, evitaria conflitos e impactos materiais, culturais e ambientais. Em pleno século XXI o Brasil ainda apresenta áreas sem nenhum tipo de fornecimento energético. Problema que ocasiona a migração de milhares de pessoas para as cidades a procura de emprego, ocasionando o crescimento desordenado das cidades, desemprego, submoradias e impactos ambientais.  E agora com a escassez de água já deveríamos ter projetos aprovados para o uso dessa fonte.



                O Brasil, por ser um país circunscrito em sua maior parte na região intertropical, tem amplo potencial de energia solar durante os seus doze meses anuais. De acordo com informações da Agência FAPESP (2009) o Brasil tem uma competência de geração de energia solar de 200 a 250 watts por metro quadrado, o que é classificado pela agência como um potencial muito superior. Além disso, a agência informa que o Brasil tem o dobro dos níveis de insolação de países europeus como a Alemanha, país esse que domina o maior mercado mundial por gerar mais de 40% de sua eletricidade através de fontes fotovoltaicas. Para o Brasil, as chances nesse setor são promissoras, mas para isso é necessário um grande investimento na capacitação tecnológica e industrial.

            Vantagens: a energia solar é uma energia limpa, ou seja, não polui durante seu uso. As centrais carecem de manutenção mínima. Os painéis solares evoluem rápido, estão cada vez mais potentes, ao mesmo tempo em que seu preço vem decaindo. É um tipo de energia excelente para lugares distantes ou de difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não sujeita a enormes gastos em linhas de transmissão. (PORTAL ENERGIA, 2011)
            
               Segundo Oliva et al (1996) e Faria (2004), a sociedade como um todo se beneficia com a implantação de sistemas fotovoltaicos como alternativa de energia pois:
   
    há o aproveitamento da energia solar, que é uma fonte gratuita de energia, abundante e não poluente; há a contribuição para a preservação do meio ambiente por conservar a energia elétrica, o que pode levar à redução da necessidade de construção de obras de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, que causam impactos ambientais; contribui para a redução das dificuldades para o suprimento de energia e de potência que eventualmente venham a ocorrer no sistema elétrico nacional nos próximos anos e para a diversificação da matriz energética; promove a redução da emissão de gases do efeito estufa e outros poluentes e cria empregos locais diretos e indiretos.

            Desvantagens: as formas de armazenamento da energia solar têm pouca eficiência quando confrontadas aos combustíveis fósseis e a energia hidrelétrica. Outro fator desvantajoso é o rendimento de apenas 25%. (Portal Energia, 2011) Não obstante, os impactos ambientais causados pelas hidrelétricas são em montante superiores as desvantagens na utilização da energia solar. Segundo Leite (2005) a locação de hidrelétricas pode provocar impactos ambientais no clima modificando a temperatura, a umidade relativa, a evaporação, a precipitação e os ventos. 


As energias renováveis, como a energia solar, surgem como resistência a um modelo globalizado que considera mais viável qualquer fonte de energia que possua maior potencial energético e lucrativo e com isso desconsidera os impactos ambientais que aquela matriz energética poderá causar. Todavia, o emprego de sistemas de energia solar ainda está sujeito ao implante de ações de incentivo que auxiliem a superar os obstáculos técnicos, econômicos e de mercado existentes. Algumas medidas já auxiliariam nesse tipo de substituição de matriz energética como: a mudança no código de construção civil, divulgação da tecnologia, cursos de capacitação, pesquisa, metas ambientais e incentivos fiscais para grandes empreendimentos que adotassem esse tipo de fonte energética. Lembrando que a utilização de energia em uma economia capitalista está fortemente associada a um conjunto de questões: incluindo a mitigação da pobreza, o crescimento populacional ordenado, o nível de urbanização, industrialização, saúde, educação, inclusão social e prosperidade econômica da região. Uma comunidade isolada e sem recursos energéticos está condenada ao  êxodo. 

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